segunda-feira, 28 de junho de 2010

Dona de Casa Não Desesperada

Com a dona da casa fora uma semana, fiquei encarregue de todos os afazeres.
Dirão (e alguns já disseram) que terei pouco sucesso nesta semana de "dona de casa" por não saber cozinhar. É verdade, não escondo, acho que não tenho jeito mas, desde que tenho a horta biológica, tenho-me aventurado na cozinha.

Sexta-feira contou como dia "zero". Para além das tarefas habituais da casa, só precisei aquecer a comida.

Sábado foi dia de saber o que se passava com a garrafa de gás. Em boa hora o meu vizinho russo passou por cá a saber se precisava de alguma ajuda. O gás estava desligado... Fritar linguiça para o almoço foi fácil e, mais fácil ainda, foi a salada de atum para o jantar (salsa, cebola e milho e salada de cenoura, alfaces e acelga - verduras da horta, claro). À sobremesa tenho variado na fruta. E sim, tenho tomado o pequeno-almoço!

Domingo até nem começou mal mas, ao início da tarde, fiquei com um espelho numa mão, enquanto o outro seguiu livremente rumo ao chão. Obrigou-me a soltar algumas palavras merecedoras de um prolongado "piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii". Senti que o resto do dia estava condenado mas, afinal, foi só a hora seguinte que custou.
Ao final da tarde fui visitar as galinhas, como faço todos os dias. Fugiu-me uma das juvenis para o galinheiro das seniores, obrigando-me a pensar numa estratégia para caçar o animal. Teria acontecido uma "galinada"... mas a verdade é que a galinha foi bem educada pela minha mãe e, poucos minutos depois, "pediu" para voltar a "casa". Uff! Como prova do bom tratamento que lhes tenho dado, brindaram-me hoje com dois ovos, o dobro dos que costumo encontrar... Tanta galinha e só um ovo cheira-me a "boa vida" mas isso é outra história :)
Quanto a comidinha, ao almoço aqueci o puré de cenoura e ao jantar fritei chicharros, que comemos com salada.
À meia-noite deu-me vontade de cozinhar e lá me vi entre panelas e tachos, cebola e piri-piri, frango e tortilhas. Estou a tomar-lhe o gosto? Não sei. Quem sabe?!
As roupas estão lavadas e arrumadas e a cozinha limpa.
Ainda tive tempo de dar um breve passeio descalça pela costa com o cão, ao final da tarde, e, há pouco, respirar um pouco do magnífico ar de uma noite de Verão.

Conclusão: Sobrevivemos ao fim-de-semana (eu, a avó, o cão, as galinhas e os peixes), registando-se apenas uma baixa (o espelho).

Outras considerações: Com todos estes afazeres fiquei a pensar se, com esta idade, já não deveria estar a viver na minha própria casa... Teria de levar o cão...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Memórias


Cá estou, depois de um dia atribulado. Trabalho, mensagens, telefonemas, visitas e ainda uma reunião, tudo isto antes de chegar a casa. Nem mesmo assim consegui esquecer-me das "ausências", das vozes humanas que "perdi" desde 9 de Junho de 2009 até 9 de Junho de 2010.


Ao PLA... deves estar a ver-me...


Ao AMPM... voltei a ler a mensagem de parabéns que me mandaste no ano passado e ainda me custa acreditar...
"Longe da vista, longe do coração"... que grande treta. Se assim fosse já vos teria esquecido e seria um "crime" apagar da minha vida dois grandes homens.
Fico a aguardar que o tempo me ajude a aceitar a "distância" mas com medo que leve algumas das memórias

terça-feira, 8 de junho de 2010

É amanhã



É amanhã que acrescento 1, que recebo mensagens e telefonemas de "felicidades e parabéns", que rasgo o papel das prendas e dão-me um bolo de aniversário.

É amanhã que acrescento 1 ao total do ano passado e, sem querer, faço balanços, analiso as marcas deixadas pelo tempo e o que ficou por fazer.

É amanhã que acrescento 1 à vida e fico a pensar se tenho tirado dela o melhor partido...

(Foto de 2005, na costa de Santo Amaro)

Com o Verão à porta

Cagarros, mais um pouco de calor, flores, dias "maiores"... o Verão está quase aí, sem termos sentido a Primavera. Para quem, como eu, está no "calhau" tornou-se um pouco deprimente, tanto vento, tanta chuva... Nem a horta biológica me serviu de consolo. Com o tempo que fez, todas as plantações foram afectadas, claro.



Ainda assim, nasceram os primeiros Narcisos.


A semana passada apanhei as favas, que afinal são todas brancas, quando metade deveria ser roxa. Mas como semeei juntas, passaram-se para o "outro lado". 1,900 kg é o saldo, até agora. Ainda tenho mais favas para apanhar.


As ervilhas estão lindinhas e as couves também. As acelgas ainda estão pequeninas e as cebolas estão sempre espigadas. Que sarilho!



Lembram-se do painel de azulejos com a ode de Ricardo Reis? Finalmente, terminei o trabalho e os azulejos já foram cozidos. Cá está o resultado.


Bem, boas plantações!